quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Culicídeos (Mosquitos)

Atualmente, conhecem-se cerca de 3500 espécies de sub-espécies de culicídeos (mosquitos) no mundo. As doenças transmitidas por insetos já constituíram graves problemas de saúde pública na Europa, nomeadamente a malária, dengue e febre-amarela, que embora tenham sido erradicadas na Europa em meados século XX, continuam a existir espécies de mosquitos responsáveis ela transmissão destas patologias. 

A presença de água é indispensável para a existência dos mosquitos, uma vez que é o meio através do qual estes completam o seu ciclo evolutivo. A temperatura é essencial para um desenvolvimento mais rápido e aumento da descendência, desde que esta esteja entre os 25ºC e os 30ºC, visto que a população tem uma tendência para aumentar na Primavera e no Verão. O ciclo de vida é constituído por uma fase aquática: ovo, larva, pupa e uma fase aérea correspondente ao mosquito adulto. Um aspecto pertinente a ter em conta é que apenas as fêmeas têm o aparelho bucal adaptado à sucção de sangue, devendo estas ser alvo de preocupação, pois mais facilmente se tornam vectores de agentes patogénicos.
Fig 1 - Ciclo de Vida dos Culicídeos


Procedimento de Colheita de Amostra de Mosquitos Adultos


Fig. 2 - Produção de Gelo Seco (CO2)
- A captura de mosquitos adultos foi realizada através da armadilha CDC (Centers for Disease Control) light-trap e gelo seco (CO2). Estas armadilhas possuem uma fonte de luz que atrai os insectos para uma zona de onde são automaticamente aspirados para o saco coletor. O gelo seco é uma atração para os mosquitos, uma vez que estes insectos localizam os potenciais hospedeiros através do dióxido de carbono expirado. O gelo seco deve ser produzido para a realização da colheita.



 - A armadilha foi colocada num local estratégico, junto de um lago, abrigada do vento.
Fig.3 - Colocação da armadilha light-trap e gelo seco.


- Na manhã seguinte o recipiente colector deverá ser recolhido, evitando a fuga de insectos. Deve-se registar os dados relativos à temperatura e humidade relativa no boletim da colheita.

- As armadilhas devem ser colocadas ao entardecer, sendo o saco colector recolhido ao amanhecer do dia seguinte, uma vez que actividade diária dos mosquitos é condicionada pela temperatura e humidade relativa do ambiente, esta actividade restringe-se portanto ao período nocturno, quando a temperatura diminui e a humidade aumenta. 

- Uma vez realizada a colheita é preenchido o boletim respectivo, anotando (tipo de habitat, proximidade de água, entre outros).

- Até à expedição, os mosquitos adultos, devem ser acondicionados numa caixa térmica em esferovite com um termoacumulador, assegurando as condições de refrigeração.

Fig.4 - Local da colheita: Jardim Zoológico de Lisboa

O trabalho dos Técnicos de Saúde Ambiental, no âmbito do Programa REVIVE (Rede Nacional de Vigilância de Vetores), implica, recorrendo a técnicas específicas, efetuar a recolha de mosquitos adultos e de larvas. Após a recolha das espécies são entregues no Instituto Nacional de Saúde, Dr. Ricardo Jorge, para serem objeto de identificação e de outros estudos, dando assim este grupo profissional um contributo significativo para a identificação dos exemplares existentes em Portugal, estando desta forma a contribuir para o geoprocessamento de informação útil à tomada, pela DGS, de medidas e ações de vigilância e controle das doenças transmitidas aos seres humanos pelos insetos, reduzindo ou eliminando o seu impacto na saúde pública.

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