“Se reflectirmos um pouco sobre a importância de
cada idoso, descobriremos que cada ser humano com 70 anos de idade já
viveu 25.550 dias, 613.200 horas. E que apesar das suas rugas, nasceu como
um bebé gracioso, passou por cada fase da infância mais traquina, cresceu
e desenvolveu-se, tornou-se num adulto de respeito, um cidadão atento e com ideais.”
Um idoso não deve ser considerado insignificante e inútil perante a sociedade, pois ele além de ser a cultura viva dos nossos antepassados, também ele é a memória viva no nosso passado. Com eles temos muito mais a receber, do que a dar.
Um idoso não deve ser considerado insignificante e inútil perante a sociedade, pois ele além de ser a cultura viva dos nossos antepassados, também ele é a memória viva no nosso passado. Com eles temos muito mais a receber, do que a dar.
A vida é
constituída por fases, desde que nascermos até morrermos. Por isso, não nos
podemos esquecer que um dia também nos vamos tornar um idoso.
Infelizmente
o idoso não é tratado com o respeito que merece, é muitas vezes maltratado e
desrespeitado pela sociedade.
Esperamos
que esta realidade, num futuro próximo termine e que a estes sensíveis idosos
seja dado o verdadeiro valor.
Somos a
mesma pessoa, desde que nascemos até morrermos, independente da nossa idade,
numa vida repleta de vivências.
Hoje em
dia, muitos idosos são colocados em lares de idosos. Estes lares foram durante
décadas, a única resposta social, cuja utilização exigia a institucionalização
do idoso, que ali se mantinha, normalmente, até ao final da sua vida. Atualmente,
isso já não acontece, existem outras respostas sociais, tais como os centros de
dia e de convívio, serviços de apoios domiciliário e o acolhimento familiar.
Em
Portugal, 72% das respostas sociais pertencem a entidades sem fins lucrativos e
os lares não fogem a esta regra. Estes exigem requisitos mínimos de higiene,
segurança, limpeza, tratamento e saúde, bem como a comodidade do idoso, para
passar a última etapa da sua vida.
Futuro Próximo - 2050
Portugal está a tornar-se
num país envelhecido. O peso dos idosos e dos grandes idosos na estrutura
populacional, tem vindo a aumentar de forma significativa, devido por um lado à
diminuição dos nascimentos e por outro ao aumento da esperança de vida.
Este crescimento está a provocar alterações
significativas na estrutura etária, na medida em que em simultâneo, nos
deparamos com uma baixa taxa de natalidade.
Como consequência, verifica-se um peso cada vez maior dos
idosos na população, gerando-se um desequilíbrio com implicações profundas a
nível social.
Fig.2 - Fonte: INE (Instituto Nacional de Estatística), cálculos das autoras a partir dos dados de base (Censos de População, Estimativas e Projeções de População Residente) |
Como demonstra a figura anterior, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em Portugal, “a proporção de pessoas com 65 ou mais anos duplicou nos últimos 45 anos, passando de 8% no total da população em 1960, para 17% em 2005.
De acordo com o cenário médio das projeções demográficas
mais recentes, elaboradas pelo INE, estima-se que esta proporção volte a
duplicar nos próximos 45 anos, representando, em 2050, 32% do total da
população.
Em paralelo, a população jovem diminui de 29% para 16% do
total da população entre 1960 e 2005 e irá atingir os 13% em 2050.
O ritmo de crescimento da população idosa e da população
muito idosa é bastante superior ao da população total, quer no período
retrospectivo, quer no período de projecção.
Perante esta realidade, irrefutável, as recomendações
internacionais apontam para encarar o envelhecimento das sociedades como um
desafio e uma oportunidade. É preciso potenciar tanto a experiência como as
capacidades das pessoas idosas de modo a dar-lhes oportunidades para intervirem
na vida em sociedade.
Paralelamente, e como medidas para a inclusão social,
destaca-se a importância para a integração das pessoas idosas no seio da
família, constituindo um intercâmbio de forças e potencialidades favorável a
todas as partes: em 2001, cerca de 57 mil pessoas idosas encontravam-se
institucionalizados em convivências de apoio social, saúde e religiosas,
representando quase 4% da população idosa total.”
Devido a população estar cada vez mais a envelhecer,
existe uma necessidade crescente de cuidados de saúde e assistência a pessoas
idosas. Como resultado disso, a procura de lares de terceira idade é cada vez
maior.
O país deverá estar preparado para receber cada vez mais
um maior número de idosos. Esta realidade já se depara, atualmente muitos
idosos esperam uma vaga em lares, tanto do Estado, como privados, visto que
estes já não têm capacidade para receber mais utentes.
Contudo,
o Técnico de Saúde Ambiental também deve estar preparado perante esta
realidade. Pois se cada vez mais existirá mais lares, o papel do Técnico é
fundamental para a promoção da saúde, cuidados de prevenção e correção dos fatores
de risco para a saúde. Desenvolvendo atividades relacionadas com a saúde dos
idosos, higiene, segurança e vigilância sanitária nos lares. Estes fatores
contribuem para que as pessoas idosas aumentem a longevidade e melhorem a saúde
e a qualidade de vida, e ajudam para racionalizar os recursos da sociedade.
Segundo o
“Programa para a Saúde das Pessoas Idosas”, o Técnico de Saúde Ambiental
contribui para a execução de estratégias de intervenção na prestação
de informação a pessoas idosas sobre as seguintes matérias: deteção e eliminação
de barreiras arquitetónicas; tecnologias e serviços disponíveis favorecedores
da sua segurança e independência; prevenção de acidentes domésticos e de lazer;
utilização segura dos transportes rodoviários; bem como a orientação técnica
aos prestadores de cuidados sobre prevenção de acidentes domésticos, de lazer e
rodoviários.
Irregularidades nos Lares de Portugal
O
último estudo efetuado pela revista de consumidores Pro Teste (Fevereiro de
2009) revelava que a maioria dos 28 lares visitados continham falhas e lacunas
intoleráveis ao nível dos serviços, evacuação e segurança contra incêndios.
Perante esta realidade existem irregularidades intoleráveis nos lares do nosso país. Pondo em risco a segurança dos idosos e a segurança contra incêndios, não existe condições para o conforto dos idosos, falhas na evacuação e orientação e a qualidade dos serviços muitas vezes é péssima.
É extremamente importante a intervenção do Técnico de Saúde Ambiental, não só na realização de vistorias a este tipo de estabelecimentos, como também na promoção da saúde do idoso, como por exemplo, através de ações de sensibilização.
Ao longo do estágio tenho vistoriado algumas estruturas residenciais para idosos e tenho assistido a diversas irregularidades neste tipo de estabelecimentos, nomeadamente ao nível das acessibilidades e evacuação, e na cozinha. Muitas vezes os lares de idosos são adaptados a edifícios de habitação o que dificulta as suas acessibilidades, principalmente numa situação de incêndio. Numa das vistorias realizadas, o estabelecimento encontrava-se no 3ºpiso e o elevador só subia até ao 1º, o acesso aos restantes pisos eram realizados através de uma elevador humano. Numa situação de emergência torna-se impossível transportar todos os utentes por essa via, visto que a maioria dos idosos estão acamados ou dependentes de cadeira-de-rodas.
À semelhança das Creches e dos Estabelecimentos de Restauração e Bebidas, a cozinha apresenta-se como a principal preocupação ao nível da segurança alimentar, visto que muitas delas não têm circuitos diferenciados entre “sujos” e “limpos”, ou seja, não cumpre o requisito de Circuito de “Marcha-em-Frente”, o que possibilita o risco de contaminação cruzada. É necessário, também, que os manipuladores de alimentos tenham formação, de modo a consciencializarem-se dos diversos perigos existentes na manipulação de alimentos. Como já foi constatado nas publicações anteriores (As nossas creches, Rotulagem) muitas vezes essa formação não acontece, pondo em causa a segurança alimentar.
Falta de higiene, tomas erradas de medicamentos e falta de consultas. Estes são os piores problemas que os idosos enfrentam nos lares portugueses, segundo um estudo da Deco Proteste. Ainda há um longo caminho a percorrer neste tipo de estabelecimentos, é essencial que exista um esforço por parte de todos os profissionais, de modo a melhorar a saúde dos nossos idosos.
Por fim, fica um vídeo realizado por mim e pela minha colega Mónica Sabido, procedente de um trabalho no âmbito da Unidade Curricular: Saúde Ambiental. Devido ao fato de ainda sermos alunas do 1ºano, não tinhamos muitos conhecimentos sobre as matérias lecionadas no curso e da legislação aplicável, nem do papel do Técnico de Saúde Ambiental.É de salientar que a legislação já foi alterada, podendo haver requisitos que esteja em conformidade com a lei. Nos dias de hoje, ao visualizar este vídeo, constato que evoluí ao longo destes anos académicos e que dia após dia o meu crescimento é cada vez maior. É gratificante verificar isso, sendo uma finalista.
Até breve caros leitores!
Perante esta realidade existem irregularidades intoleráveis nos lares do nosso país. Pondo em risco a segurança dos idosos e a segurança contra incêndios, não existe condições para o conforto dos idosos, falhas na evacuação e orientação e a qualidade dos serviços muitas vezes é péssima.
Fig.3 - Quarto com 4 camas e garrafa de oxigénio sem apoio fixo |
É extremamente importante a intervenção do Técnico de Saúde Ambiental, não só na realização de vistorias a este tipo de estabelecimentos, como também na promoção da saúde do idoso, como por exemplo, através de ações de sensibilização.
Ao longo do estágio tenho vistoriado algumas estruturas residenciais para idosos e tenho assistido a diversas irregularidades neste tipo de estabelecimentos, nomeadamente ao nível das acessibilidades e evacuação, e na cozinha. Muitas vezes os lares de idosos são adaptados a edifícios de habitação o que dificulta as suas acessibilidades, principalmente numa situação de incêndio. Numa das vistorias realizadas, o estabelecimento encontrava-se no 3ºpiso e o elevador só subia até ao 1º, o acesso aos restantes pisos eram realizados através de uma elevador humano. Numa situação de emergência torna-se impossível transportar todos os utentes por essa via, visto que a maioria dos idosos estão acamados ou dependentes de cadeira-de-rodas.
À semelhança das Creches e dos Estabelecimentos de Restauração e Bebidas, a cozinha apresenta-se como a principal preocupação ao nível da segurança alimentar, visto que muitas delas não têm circuitos diferenciados entre “sujos” e “limpos”, ou seja, não cumpre o requisito de Circuito de “Marcha-em-Frente”, o que possibilita o risco de contaminação cruzada. É necessário, também, que os manipuladores de alimentos tenham formação, de modo a consciencializarem-se dos diversos perigos existentes na manipulação de alimentos. Como já foi constatado nas publicações anteriores (As nossas creches, Rotulagem) muitas vezes essa formação não acontece, pondo em causa a segurança alimentar.
Falta de higiene, tomas erradas de medicamentos e falta de consultas. Estes são os piores problemas que os idosos enfrentam nos lares portugueses, segundo um estudo da Deco Proteste. Ainda há um longo caminho a percorrer neste tipo de estabelecimentos, é essencial que exista um esforço por parte de todos os profissionais, de modo a melhorar a saúde dos nossos idosos.
Até breve caros leitores!
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