domingo, 24 de novembro de 2013

Higienização das mãos

Olá Caros leitores,

Nas últimas publicações tenho falado sobre uma problemática que é comum na maioria dos estabelecimentos que confecionam alimentos, a falta de formação por parte dos manipuladores de alimentos. A higienização das mãos é o principal fator a ter em atenção, pois é a partir desta que se previne muitas doenças.
Não só é necessário uma correta lavagem das mãos na confeção de alimentos, como sempre que seja necessário no nosso dia-a-dia. Os profissionais de saúde assumem um papel extremamente importante no que respeita ao controlo de infeção, é necessário que estes estejam consciencializados para os riscos que podem advir de uma incorreta higienização das mãos, pois podem pôr em risco a saúde do paciente. É necessário Prevenir antes de Remediar!

A lavagem de mãos é uma medida fácil e muito eficaz na prevenção e disseminação de doenças. Deve ser realizada sempre que necessário, antes ou após o contato direto com sujidade, alimentos, fluidos corporais e objetos contaminados (COSTA, 2011).

Apesar disso, o ato de lavar as mãos tem sido esquecido e colocado em segundo plano, para Oliveira et al (2007) isso ocorre devido principalmente ao crescimento da urbanização presenciado nos últimos anos, causando uma mudança na rotina e nas práticas alimentares das pessoas propiciada pela alimentação fora de casa.
As mãos dos trabalhadores, são os principais transmissores de contaminação para os alimentos. Tal fato advém da mãos estarem em contato com ao ar, serem utilizadas para manipular os equipamentos e utensílios, e poderem ser assim facilmente contaminadas.
Os manipuladores de alimentos devem ter as mãos sem fissuras onde os microrganismos se possam alojar e desenvolver, usando creme hidratante, As unhas devem ser usadas curtas, limpas e sem verniz, sendo proibida a utilização de unhas postiças.
Fig.2 - Áreas das mãos que podem ficar mal lavadas após uma lavagem inadequada


À semelhança da Restauração, fortes evidências mostram que a lavagem apropriada reduz a contaminação das mãos e o risco de disseminação de doenças infeciosas, como a diarreia e a infeção das vias aéreas superiores. Um estudo clínico realizado em 2007/2008, demonstrou que o hábito de lavar as mãos nas 5 ocasiões chave (antes do pequeno-almoço, antes do almoço, antes do jantar, depois de usar as instalações sanitárias e ao chegar em casa) durante o dia diminuiu em 25% as ocorrências de diarreia e em 40% as abstenções na escola
O comportamento de lavar as mãos é fundamental numa manipulação segura dos alimentos, independentemente da sua natureza, pois as mãos são responsáveis pela maior disseminação dos microrganismos de uns locais para os outros (OMS, 2006). Se a formação em segurança alimentar fossem eficaz em convencer os manipuladores dealimentos a lavar as mãos corretamente após utilizarem as casas de banho, a incidência de doenças de origem alimentar reduziria substancialmente (Medeiros et al., 2001b).

Tão importante quanto a lavagem das mãos nas situações necessárias, é higienizá-las da maneira correta. A higienização adequada das mãos, principalmente pelos profissionais da saúde, mostra-se essencial na prevenção de doenças infeciosas em ambientes hospitalares, já que os vírus, bactérias e fungos, particularmente leveduras, podem ser transmitidos pelas mãos destes profissionais.

A qualidade de higienização das mãos de profissionais de saúde de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) foi avaliada por Locks e colaboradores (2011). Como resultado, observou-se que durante os procedimentos cirúrgicos apenas 30,7% dos profissionais realizaram a lavagem correta de mãos, e 31,7% durante procedimentos clínicos. O desempenho dos que possuíam nível superior, cirurgiões-dentistas e enfermeiros, foi melhor do que o das equipas auxiliares apenas no preparo das mãos antes das cirurgias. Apesar disso, somente 13,8% dos profissionais de nível superior realizavam a higienização corretamente.
   
A higiene das mãos é considerada uma das práticas mais simples e mais efetivas na redução da infeção associada aos cuidados de saúde, contribuindo desse modo para redução da morbilidade e mortalidade dos doentes.
Em termos epidemiológicos, é consensual que a transmissão de microrganismos através das mãos entre profissionais e os doentes é uma realidade incontornável, dando origem a infeções, consideradas consequências indesejáveis da prestação de cuidados.
A adesão à prática da higiene das mãos continua a ser subvalorizada, raramente excedendo os 50%. Em Portugal, a taxa global de adesão à higiene das mãos, observada na fase de avaliação diagnóstica da Campanha Nacional de Higiene das Mãos (em 2009), foi de 46,2%. As unidades de saúde devem promover uma cultura institucional de segurança dando prioridade à prática de higiene das mãos, reforçando essa cultura nos seus programas de formação e nos planos operacionais de prevenção e controlo de infeção.
O Primeiro Desafio Global para a Segurança do Doente foi lançado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em Outubro de 2005 de modo a reduzir a Infeção Associada aos Cuidados de Saúde (IACS) no mundo. Este desafio tem contribuído para mobilizar os países, as organizações e os indivíduos a implementarem ações concertadas para tornar os cuidados de saúde limpos e seguros – “Clean Care is Safer Care”.
Um dos principais objetivos do “Clean Care is Safer Care” é promover ações facilitadoras de forma a melhorar a adesão à higiene das mãos nos cuidados de saúde. Foi desenvolvida uma estratégia multimodal para motivar os profissionais a aderir à higiene das mãos. É uma conceção nova que incorpora a comunicação social, fatores humanos e evidência científica.
As recomendações fundamentais têm sido traduzidas e usadas para transmitir mensagens de indicações e oportunidades para a higiene das mãos (“Cinco momentos”), permitindo que as unidades de saúde organizem facilmente as suas próprias estratégias. Esta visão unificada também facilita a formação, minimiza as variações de perceção individuais e conduz a um aumento global de adesão às práticas corretas da higiene das mãos.


O Técnico de Saúde Ambiental, enquanto profissional de saúde, atua na prevenção, por isso deve consciencializar a população para a importância da higienização das mãos, por exemplo através de ações de sensibilização.
Concluindo, publico um vídeo que relata o modo como se deve higienizar as mãos corretamente. Pondo este processo em prática é uma mais valia para minimizar as doenças e melhorar a saúde. Prevenir é sempre o melhor remédio!


FONTES:
- OLIVEIRA, L. H. de; CAMPOS, B. M. Porter e a competitividade dos restaurantes self services: um estudo exploratório.


Rejuvenescer na 3º Idade

“Se reflectirmos um pouco sobre a importância de cada idoso, descobriremos que cada ser humano com 70 anos de idade já viveu 25.550 dias, 613.200 horas. E que apesar das suas rugas, nasceu como um bebé gracioso, passou por cada fase da infância mais traquina, cresceu e desenvolveu-se, tornou-se num adulto de respeito, um cidadão atento e com ideais.”


Um idoso não deve ser considerado insignificante e inútil perante a sociedade, pois ele além de ser a cultura viva dos nossos antepassados, também ele é a memória viva no nosso passado. Com eles temos muito mais a receber, do que a dar.
A vida é constituída por fases, desde que nascermos até morrermos. Por isso, não nos podemos esquecer que um dia também nos vamos tornar um idoso.
Infelizmente o idoso não é tratado com o respeito que merece, é muitas vezes maltratado e desrespeitado pela sociedade.
Esperamos que esta realidade, num futuro próximo termine e que a estes sensíveis idosos seja dado o verdadeiro valor.
Somos a mesma pessoa, desde que nascemos até morrermos, independente da nossa idade, numa vida repleta de vivências.
Hoje em dia, muitos idosos são colocados em lares de idosos. Estes lares foram durante décadas, a única resposta social, cuja utilização exigia a institucionalização do idoso, que ali se mantinha, normalmente, até ao final da sua vida. Atualmente, isso já não acontece, existem outras respostas sociais, tais como os centros de dia e de convívio, serviços de apoios domiciliário e o acolhimento familiar.
Em Portugal, 72% das respostas sociais pertencem a entidades sem fins lucrativos e os lares não fogem a esta regra. Estes exigem requisitos mínimos de higiene, segurança, limpeza, tratamento e saúde, bem como a comodidade do idoso, para passar a última etapa da sua vida.


Futuro Próximo - 2050

    Portugal está a tornar-se num país envelhecido. O peso dos idosos e dos grandes idosos na estrutura populacional, tem vindo a aumentar de forma significativa, devido por um lado à diminuição dos nascimentos e por outro ao aumento da esperança de vida.
Este crescimento está a provocar alterações significativas na estrutura etária, na medida em que em simultâneo, nos deparamos com uma baixa taxa de natalidade.
Como consequência, verifica-se um peso cada vez maior dos idosos na população, gerando-se um desequilíbrio com implicações profundas a nível social.

Fig.2 - Fonte: INE (Instituto Nacional de Estatística), cálculos das autoras a partir dos dados de base (Censos de População, Estimativas e Projeções de População Residente)

Como demonstra a figura anterior, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em Portugal, “a proporção de pessoas com 65 ou mais anos duplicou nos últimos 45 anos, passando de 8% no total da população em 1960, para 17% em 2005.
De acordo com o cenário médio das projeções demográficas mais recentes, elaboradas pelo INE, estima-se que esta proporção volte a duplicar nos próximos 45 anos, representando, em 2050, 32% do total da população.
Em paralelo, a população jovem diminui de 29% para 16% do total da população entre 1960 e 2005 e irá atingir os 13% em 2050.
O ritmo de crescimento da população idosa e da população muito idosa é bastante superior ao da população total, quer no período retrospectivo, quer no período de projecção.
Perante esta realidade, irrefutável, as recomendações internacionais apontam para encarar o envelhecimento das sociedades como um desafio e uma oportunidade. É preciso potenciar tanto a experiência como as capacidades das pessoas idosas de modo a dar-lhes oportunidades para intervirem na vida em sociedade.
Paralelamente, e como medidas para a inclusão social, destaca-se a importância para a integração das pessoas idosas no seio da família, constituindo um intercâmbio de forças e potencialidades favorável a todas as partes: em 2001, cerca de 57 mil pessoas idosas encontravam-se institucionalizados em convivências de apoio social, saúde e religiosas, representando quase 4% da população idosa total.”
Devido a população estar cada vez mais a envelhecer, existe uma necessidade crescente de cuidados de saúde e assistência a pessoas idosas. Como resultado disso, a procura de lares de terceira idade é cada vez maior.
O país deverá estar preparado para receber cada vez mais um maior número de idosos. Esta realidade já se depara, atualmente muitos idosos esperam uma vaga em lares, tanto do Estado, como privados, visto que estes já não têm capacidade para receber mais utentes.
Contudo, o Técnico de Saúde Ambiental também deve estar preparado perante esta realidade. Pois se cada vez mais existirá mais lares, o papel do Técnico é fundamental para a promoção da saúde, cuidados de prevenção e correção dos fatores de risco para a saúde. Desenvolvendo atividades relacionadas com a saúde dos idosos, higiene, segurança e vigilância sanitária nos lares. Estes fatores contribuem para que as pessoas idosas aumentem a longevidade e melhorem a saúde e a qualidade de vida, e ajudam para racionalizar os recursos da sociedade.
Segundo o “Programa para a Saúde das Pessoas Idosas”, o Técnico de Saúde Ambiental contribui para a execução de estratégias de intervenção na prestação de informação a pessoas idosas sobre as seguintes matérias: deteção e eliminação de barreiras arquitetónicas; tecnologias e serviços disponíveis favorecedores da sua segurança e independência; prevenção de acidentes domésticos e de lazer; utilização segura dos transportes rodoviários; bem como a orientação técnica aos prestadores de cuidados sobre prevenção de acidentes domésticos, de lazer e rodoviários.


Irregularidades nos Lares de Portugal

O último estudo efetuado pela revista de consumidores Pro Teste (Fevereiro de 2009) revelava que a maioria dos 28 lares visitados continham falhas e lacunas intoleráveis ao nível dos serviços, evacuação e segurança contra incêndios.
Perante esta realidade existem irregularidades intoleráveis nos lares do nosso país. Pondo em risco a segurança dos idosos e a segurança contra incêndios, não existe condições para o conforto dos idosos, falhas na evacuação e orientação e a qualidade dos serviços muitas vezes é péssima.
Fig.3 - Quarto com 4 camas e
 garrafa de oxigénio sem apoio fixo

É extremamente importante a intervenção do Técnico de Saúde Ambiental, não só na realização de vistorias a este tipo de estabelecimentos, como também na promoção da saúde do idoso, como por exemplo, através de ações de sensibilização.
Ao longo do estágio tenho vistoriado algumas estruturas residenciais para idosos e tenho assistido a diversas irregularidades neste tipo de estabelecimentos, nomeadamente ao nível das acessibilidades e evacuação, e na cozinha. Muitas vezes os lares de idosos são adaptados a edifícios de habitação o que dificulta as suas acessibilidades, principalmente numa situação de incêndio. Numa das vistorias realizadas, o estabelecimento encontrava-se no 3ºpiso e o elevador só subia até ao 1º, o acesso aos restantes pisos eram realizados através de uma elevador humano. Numa situação de emergência torna-se impossível transportar todos os utentes por essa via, visto que a maioria dos idosos estão acamados ou dependentes de cadeira-de-rodas.
À semelhança das Creches e dos Estabelecimentos de Restauração e Bebidas, a cozinha apresenta-se como a principal preocupação ao nível da segurança alimentar, visto que muitas delas não têm circuitos diferenciados entre “sujos” e “limpos”, ou seja, não cumpre o requisito de Circuito de “Marcha-em-Frente”, o que possibilita o risco de contaminação cruzada. É necessário, também, que os manipuladores de alimentos tenham formação, de modo a consciencializarem-se dos diversos perigos existentes na manipulação de alimentos. Como já foi constatado nas publicações anteriores (As nossas creches, Rotulagem) muitas vezes essa formação não acontece, pondo em causa a segurança alimentar. 
Falta de higiene, tomas erradas de medicamentos e falta de consultas. Estes são os piores problemas que os idosos enfrentam nos lares portugueses, segundo um estudo da Deco Proteste. Ainda há um longo caminho a percorrer neste tipo de estabelecimentos, é essencial que exista um esforço por parte de todos os profissionais, de modo a melhorar a saúde dos nossos idosos.

Por fim, fica um vídeo realizado por mim e pela minha colega Mónica Sabido, procedente de um trabalho no âmbito da Unidade Curricular: Saúde Ambiental. Devido ao fato de ainda sermos alunas do 1ºano, não tinhamos muitos conhecimentos sobre as matérias lecionadas no curso e da legislação aplicável, nem do papel do Técnico de Saúde Ambiental.É de salientar que a legislação já foi alterada, podendo haver requisitos que esteja em conformidade com a lei. Nos dias de hoje, ao visualizar este vídeo, constato que evoluí ao longo destes anos académicos e que dia após dia o meu crescimento é cada vez maior. É gratificante verificar isso, sendo uma finalista.



Até breve caros leitores!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

As Nossas Creches

"A creche é um equipamento de natureza socioeducativa, vocacionado para apoio à família e à criança, destinado a acolher crianças até aos 3 anos de idade, durante o período correspondente ao impedimento dos pais ou de quem exerça as responsabilidades parentais". (Decreto-Lei nº262/2011 de 31 de Maio)




Nos últimos anos, o investimento por parte da mulher portuguesa na sua formação e actividade profissional tem sido cada vez maior (Ministério da Educação, 2000). A taxa de emprego materna em Portugal é uma das mais altas da União Europeia, condição particularmente visível em mães com bebés entre os 0 e os 2 anos (Almeida & Vieira, 2006). Adicionalmente, observa-se um aumento de famílias monoparentais, em que as crianças vivem com apenas um dos progenitores, geralmente a mãe (Organisation for Economic Co-Operation and Development – OECD, 2001).  Devido a profundas mudanças sociais e económicas, um número crescente de crianças desde a nascença até aos 3 anos têm ingressado em respostas sociais criadas para as acolher durante o período de trabalho dos pais: as creches.
Em Portugal, tal como nos restantes países desenvolvidos, as crianças e as problemáticas associadas à protecção social da infância têm-se convertido num dos temas prioritários das agendas políticas e da sociedade, pelo que a comunicação social tem tido aí um papel relevante. Esta crescente visibilidade pela protecção da infância não pode ser vista como um fenómeno isolado da importância geral que a criança tem vindo a ocupar a nível mundial. Com efeito, a rápida adesão da comunidade à Convenção dos Direitos da Criança, aprovada pelas Nações Unidas em 20 de Novembro de 1989 ([1] UNICEF, 1989), constitui um marco na História dos Direitos Humanos, perspectivando-a no sentido em que a Convenção também tem vindo a ser interpretada: pela protecção (associada à identidade, à pertença, ao direito de ser protegida contra a discriminação e a violência); pela provisão (associada ao direito de aceder a certos benefícios e serviços: alimentação, saúde, educação, segurança social, cuidados físicos, vida familiar, recreio e cultura); e pela participação (o direito a ser consultada nas decisões relativas à sua própria vida, o direito de ter acesso à informação, à liberdade de expressão e opinião, o direito à participação social e à partilha da decisão nos seus contextos vivenciais).
Em Portugal, tal como na maioria dos países europeus, as vagas existentes nestes equipamentos não chegam para satisfazer as necessidades. O acréscimo do número de respostas para os cuidados e educação de crianças dos 0 aos 6 anos poderá estar relacionado com o aumento da procura de serviços extrafamiliares, devido à elevada taxa de mães integradas no mercado de trabalho, mas também com o reconhecimento que as experiência educacionais precoces assumem um papel fulcral no desenvolvimento (Aguiar, Bairrão, & Barros, 2002; Pessanha et al., 2007).

Aguiar et al. (2002) consideram pertinente determinar o papel das creches e jardins de infância no desenvolvimento e educação das crianças e avaliar e promover a qualidade desses contextos, uma vez que são frequentados por um número cada vez maior de crianças. De acordo com a proposta do XVII Governo Português, serão criadas 34.353 novas vagas em creches. Com este aumento no número de vagas, Portugal ficará com uma taxa de cobertura de 26,7%. Ainda assim atingiu o objectivo europeu de ter 33% de crianças dos zero aos três anos em berçários e creches, mas está aquém da meta de 90% para os menores entre três anos e o início da escolaridade. 
Neste contexto, as creches assumem um papel determinante para a efectiva conciliação entre a vida familiar e profissional das famílias, proporcionando à criança um espaço de socialização e de desenvolvimento integral, com base num projecto pedagógico adequado à sua idade e potenciador do seu desenvolvimento, no respeito pela sua singularidade.
Nesta óptica, e atendendo à necessidade cada vez mais premente da existência deste tipo de equipamentos sociais na sociedade moderna, reveste-se de particular relevância que os serviços prestados pelos mesmos sejam de molde a assegurar uma qualidade acima de qualquer suspeita.
Face ao exposto, e por se considerar fundamental que as creches obedeçam a padrões compatíveis com a população a que as mesmas se destinam, dado o reconhecimento das especificidades e fragilidades que acarretam esta etapa da vida do ser humano, é necessário proceder-se à vigilância das condições de acessibilidade, segurança, higiene e saúde destes estabelecimentos.

Nos primeiros anos de vida, é essencial para o crescimento e desenvolvimento da criança uma alimentação adequada. É necessária a averiguação da qualidade dos alimentos oferecidos, assim como as condições higio-sanitárias dos alimentos, do ambiente, dos equipamentos, utensílios e higiene pessoal dos funcionários. A alimentação infantil constitui um dos aspectos fundamentais para a saúde da criança, e é de extrema importância a adoção de práticas alimentares adequadas nos seus primeiros anos de vida. Um dos fatores determinantes das condições de saúde na infância é a qualidade da alimentação recebida, sendo este um componente importante do atendimento das creches.
Nas vistorias que tenho realizado a diversas creches, posso realçar que é nas cozinhas que se verifica as maiores anomalias, tanto a nível funcional, como estrutural. Um dos fatores de risco para a contaminação de alimentos encontram-se nas ações dos manipuladores de alimentos. O investimento em capacitação e supervisão da mão-de-obra envolvida na manipulação de alimentos é a melhor e a mais fácil alternativa a ser realizada, como forma de garantia das adequadas condições hígio-sanitárias e da qualidade da alimentação servida às crianças nas creches. 

Ainda existe um longo caminho a percorrer na condições das nossas creches, mas tem sido feito um esforço por parte de todas as entidades e profissionais para combater os diversos problemas e já se tem notado uma melhoria muito positiva, principalmente ao nível estrutural, com a realização de obras nos estabelecimentos de ensino.


Mas existe boas notícias! Uma investigação científica canadiana vem dizer que apesar do medo que os pais sentem por causa dos contágios, o melhor é mesmo mandar as crianças para as creches até aos dois anos e meio, não só por causa da socialização, mas também para que o sistema imunitário se fortaleça. Infantários ou “infectários”? O trocadilho banalizou-se entre pais e médicos, para rir ou para desdramatizar uma realidade inevitável: a de que as crianças que frequentam creches e infantários estão mais expostas ao contágio por doenças infecciosas. 

Segundo a pesquisa de uma equipa do Hospital Ste-Justine e da Universidade de Montreal, no Quebec, Canadá, os bebés que entram para a creche até aos dois anos e meio sofrem de mais infeções do que os que ficam em casa, mas a incidência destas doenças é menor quando são mais velhos e frequentam já o primeiro ciclo. As conclusões, publicadas esta semana no Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine, dão conta do acompanhamento de crianças entre os zero e os oito anos, nas quais foi estudada a ligação entre a frequência da creche ou infantário e três tipos de infecções (respiratórias, do ouvido e gastrointestinais), desde o pré-escolar ao primeiro ciclo.



Agora perguntam: "Onde atua o Técnico de Saúde Ambiental (TSA)" neste tipo de estabelecimentos?

O TSA atua na vigilância das condições de acessibilidade, segurança, higiene e saúde das creches, mas também deve optar pela adoção de metodologias participativas, envolvendo os professores na construção do seu projeto de educação em saúde, promovendo a troca de experiências. Ao capacitar os professores, os conteúdos devem ser trabalhados de forma clara e precisa, considerando que a temática, provavelmente, não fez parte da formação desses profissionais de ensino. Para abordagem do tema, poderão ser organizados alguns eventos: palestras, reuniões de pais, peças teatrais, teatro de bonecos, mostras, jogos e brincadeiras. Além disso, podem ser promovidas visitas às comunidades, supermercados, farmácias, hospitais, para que alunos e professores possam vivenciar as ações de vigilância sanitária.
De maneira diferente do professor, o profissional de saúde não possui a sua atuação restrita ao espaço físico da escola e pode muito bem fazer o intercâmbio desta com o usuário dos serviços de saúde, fomentando a participação em atividades que socializem os conhecimentos com toda a comunidade, estimulando a adoção de modos de vida mais saudáveis.
Para além disso, os TSA desempenham um papel relevante assumindo, não raras vezes, as funções de “Autoridade de Saúde”, apreciando e emitindo pareceres decorrentes da apreciação de projectos deste tipo de estabelecimentos, conforme o disposto no decreto-lei n.º 64/2007, de 14 de Março, que define o regime jurídico de instalação, funcionamento e fiscalização dos estabelecimentos de apoio social geridos por instituições particulares ou legalmente equiparadas (IPSS).


A escolha da creche não deveria ser a única opção entre outras alternativas, mas nos dias de hoje, os pais não têm outra solução, senão colocar os filhos em creches.
A maioria dos pediatras afirmam que “quanto mais cedo um bebé é deixado numa creche, maior a probabilidade de contrair ou desenvolver doenças”. Isto porque as crianças ficam expostas a vírus e bactérias naturais desse ambiente e costumam desenvolver doenças, muitas delas de alguma gravidade. Por isso, para o pediatra Gilberto Pascolat, desde que a mãe tenha condições de cuidar, quanto mais tarde ela deixar o seu filho na creche, melhor.
Ora, esta opinião é contraditória ao estudo realizado em Quebec, Canadá. Assim como um projeto que está a ser realizado por uma equipa de médicos, engenheiros e peritos na Qualidade do Ar Interior (QAI), que juntou-se para avaliar 19 creches e infantários portugueses e compreender quais os impactos que uma insuficiente ventilação pode ter na saúde das crianças. ENVIRH  (Environment and Health in children day care centres) é o nome do projeto.
Foi avaliada a contaminação do ar por partículas, dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO), compostos orgânicos voláteis totais (COVT), bactérias e fungos, durante as atividades de rotina e com a normal ocupação das 10 salas de uma creche/infantário com ventilação mista, localizada em lisboa.
Neste estudo, a maior incidência de doenças infeciosas em crianças que frequentam creches e infantários relativamente às crianças educadas em casa e tem sido verificado que as primeiras são expostas a condições que podem incrementar o risco de alergias e de asma. Todavia, ainda não é absolutamente clara a associação entre a qualidade do ar interior e a prevalência de doenças do foro respiratório neste domínio.

Na minha opinião enquanto futura Técnica de Saúde Ambiental, penso que as creches têm melhorado bastante, tanto ao nível das condições estruturais, como funcionais, estando num bom caminho para sere uma boa opção onde os pais possam colocar os seus filhos. Ainda assim existe um longo caminho a percorrer, é necessário saber escolher bem o estabelecimento onde vão colocar as crianças. No papel de cidadão comum e se fosse mãe, penso que até aos dois anos de idade não seria a melhor opção para colocar uma criança na creche. Na minha perspetiva são demasiado pequeninas para socializarem e o papel da mãe é fundamental no desenvolvimento e acompanhamento do crescimento do bebé.


Até à próxima Publicação!

LEGISLAÇÃO:

- Decreto-Lei nº 262/2011 de 31 de Maio
http://www.dre.pt/pdf1s/2011/08/16700/0433804343.pdf

- Decreto-Lei nº 99/2011 de 28 de Setembro
http://dre.pt/pdf1sdip/2011/09/18700/0454604554.pdf

- Decreto-Lei nº64/2007 de 14 de Março

Vagas de Frio!

Olá Caros Leitores,

Pois é, o frio já se faz sentir nas ruas e parece que veio para ficar! 
Aparecendo o frio, o organismo tem tendência para o aparecimento de doenças como a gripe, a pneumonia, a bronquite e o agravamento das doenças crónicas, nomeadamente, das cardíacas e das respiratórias. Alterações no comportamento social na época invernal, propiciando aglomerações em locais fechados, contribuem ainda para a difusão de determinadas doenças infeciosas.
E eu não fui exceção! Estes últimos dias têm sido passados na cama, devido a uma amigdalite. E como se isso não bastasse ainda fiz reação alérgica ao medicamento, causando urticária em todo o corpo, agravando os sintomas de amidgalite, especialmente as febres altas.  
Pois é, não acontece só aos outros! Devemos ter um especial cuidado com as mudanças repentinas de temperatura, principalmente apanhar frio.

Falando um pouco sobre as vagas de frio, estas são fenómenos climáticos extremos que têm vindo a ocorrer em Portugal. 
Uma vaga de frio é produzida por uma massa de ar frio e geralmente seco que se desenvolve sobre uma área continental. Durante estes fenómenos ocorrem reduções significativas, por vezes repentinas, das temperaturas diárias, descendo os valores mínimos abaixo dos 0ºC no Inverno. Estas situações estão geralmente associadas a ventos moderados ou fortes, que ampliam os efeitos do frio. Em Portugal, a sua presença está geralmente associada ao posicionamento do anticiclone dos Açores próximo da Península Ibérica ou de um anticiclone junto à Europa do Norte. 
Estes fenómenos, nomeadamente as suas alterações de frequência e intensidade constituem graves riscos para a saúde humana, com o potencial aumento do número de mortes associadas a temperaturas extremas. Os efeitos que se fazem sentir são resultantes de fatores e situações de risco ambientais, designadamente temperaturas baixas, aumento da humidade, aumento da pluviosidade, neve e nevoeiros, maior queima de combustíveis sólidos ou líquidos para produção de calor (aquecimento doméstico). 
A gestão do risco para a saúde das populações constitui um problema transversal à sociedade. Obriga à mobilização das estruturas de Saúde e de todas as entidades com responsabilidade na protecção das populações, nomeadamente, o Instituto da Segurança Social e a Autoridade Nacional de Protecção Civil, os serviços desconcentrados e a Administração Local. 


Impactos sobre a Saúde originados pelo Frio

Em Portugal tal como noutros países da Europa, verificam-se níveis mais elevados de mortalidade no Inverno do que no Verão e que, curiosamente, é nas regiões com invernos mais amenos que o excesso de mortalidade de inverno é mais intenso. De fato são os países da Europa, caracterizados por Invernos relativamente mais amenos, que relatam maior efeito sobre a mortalidade. Os autores designam por “paradoxo do excesso de mortalidade de inverno”, uma vez que, em climas mais amenos, teoricamente, o potencial de stress ao frio e mortalidade associada deveria ser menor, mas não o é. 

Especialistas europeus, designadamente o Eurowinter Group, concluiu que a percentagem de mortalidade acrescida por descida de 1ºC em temperaturas inferiores a 18ºC é maior em regiões quentes do que nas frias. 
Foi estimado todos os anos, para a Europa durante o inverno, um excesso de 250 mil óbitos, 70% destes casos associados a doenças cardíacas e 15% a doenças respiratórias, sendo referido por alguns autores que, embora este fenómeno tenha vindo a diminuir gradualmente nas últimas décadas, continua a ser bastante relevante em países como Portugal, Espanha, Irlanda, Inglaterra e no país de Gales 
comparativamente com outros países europeus com clima semelhante. 


Entre os principais efeitos sobre a saúde humana originados pelo Frio encontramos: 
  • Hipotermia (arrepios, vasoconstrição periférica e aumento da função cardíaca e respiratória);
  • Síndrome de Raynault;
  • Fadiga física, perda de sensibilidade; 
  • Aumento da sobrecarga do coração e aparelho circulatório; 
  • Agravamento de doenças cardiovasculares e respiratórias; 
  • Agravamento de doenças crónicas do foro músculo-esquelético e metabólico; 
  • Agravamento de doenças crónicas do foro mental; 
  • Aparecimento de doenças agudas do Aparelho Respiratório; 
  • Sensação de incómodo, estado confusional; 
  • Atitude de indiferença com comportamentos irracionais; 
  • Enregelamento, Gangrena das extremidades
  • Síncope
  • Morte por falência cardio-respiratória. 
Existem outros factores associados ao frio que condicionam indirectamente o estado de saúde da população, tais como as características/deficiências habitacionais, a utilização de sistemas de aquecimento e o número e o comportamento dos residentes. 
A temperatura e a ventilação têm impacto nas características do ar interior das habitações, podendo originar a acumulação de humidade que favorece o desenvolvimento de bolores, o que pode desencadear ou agravar reacções alérgicas essencialmente do Aparelho Respiratório. 
Acresce ainda nestas épocas do ano o recurso à utilização de sistemas de aquecimento  por combustão susceptíveis de agravar a qualidade do ar interior, por acumulação de monóxido de carbono em quantidades tóxicas na ausência de ventilação eficaz, podendo desencadear efeitos graves na saúde dos residentes. 
Problemas adicionais surgem quando o comportamento dos residentes contribui para o aumento da poluição do ar interior, nomeadamente por tabagismo, fecho hermético das janelas/calafetagem excessiva, procedimentos de limpeza inadequados, etc., pela acumulação de partículas/substâncias suspensas no ar, que afectam a saúde humana causando problemas diversos. 


Grupos Vulneráveis

Estudos epidemiológicos desenvolvidos revelam que o excesso de óbitos associado ao Frio se concentra em grupos de risco definidos, tais como: 
  • Bebés e crianças; 
  • Idosos; 
  • Indivíduos acamados ou dependentes de segunda pessoa; 
  • Portadores de doenças crónicas, mentais ou metabólicas; 
  • Pessoas em situação de sem abrigo; 
  • Trabalhadores de setores de actividades desenvolvidas ao ar livre; 
  • Turistas ou visitantes na região (com pouca habituação a temperaturas baixas). 
Conhecer os factores de risco individuais e ambientais que caracterizam a população vulnerável são fundamentais para agilizar recursos e respostas adequadas à protecção do estado de saúde da população. 
Um dos grupos populacionais mais vulneráveis aos efeitos do frio é o das pessoas que vivem sem-abrigo. Esta é uma situação que, atualmente, se encontra em todas as cidades. A este grupo populacional é, também, frequente estarem associadas outras problemáticas, como por exemplo o alcoolismo e a doença mental, a toxicodependência, a tuberculose e a SIDA, o desemprego, a pobreza e a emigração, potenciando estados de grande vulnerabilidade, exigindo das entidades e instituições uma abordagem integrada e de emergência aquando da ocorrência de Vagas de Frio. 


Medidas de Autoproteção

A Direção Geral de Saúde recomenda a adoção das seguintes medidas:
  • Evitar a exposição prolongada ao frio e as mudanças bruscas de temperatura;
  • Usar várias camadas de roupa, folgada e adaptada à temperatura ambiente;
  • Proteger as extremidades do corpo (usando luvas, gorro, meias quentes e cachecol);
  • Ingerir sopas e bebidas quentes, evitando o álcool que proporciona uma falsa sensação de calor;
  • Ter uma especial atenção com a proteção em termos de vestuário por parte dos trabalhadores que exerçam a sua atividade no exterior e evitar esforços excessivos resultantes dessa atividade. 
A Autoridade Nacional de Proteção Civil recomenda ainda:
  • Especial atenção aos aquecimentos com combustão (ex: braseiras e lareiras), que podem causam intoxicação e levar à morte;
  • Assegurar uma adequada ventilação nas habitações, quando não for possível evitar o uso de braseiras ou lareiras;
  • Evitar o uso de dispositivos de aquecimento durante o sono, desligando sempre quaisquer aparelhos antes de se deitar;
  • Ter em atenção a condução em locais onde se forme gelo na estrada, adotando uma condução defensiva;
  • Especial atenção por partes das famílias e vizinhos, e das redes sociais de proximidade, com as situações de pessoas idosas e em condição de maior isolamento.

Informação e Comunicação

A Informação e comunicação entre colaboradores e parceiros externos fazem-se respeitando as hierarquias, circuitos e meios disponíveis pelos serviços, da ARSLVT (Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo)

Fluxograma de informação e articulação entre colaboradores e parceiros externos: 



Nacional: 
1) O Grupo de Informação Ambiental (GIA) informa a Divisão de Saúde Ambiental e Ocupacional (DSAO) da DGS sobre: 
  • Temperaturas extremas (indicadas pelo Instituto de Meteorologia - IM);
  • Níveis de radiação ultravioleta (IM);
  • Índices da qualidade do ar (avaliados pela Agência Portuguesa do Ambiente - APA);
  • Incêndios (ocorrências da Autoridade Nacional de Protecção Civil - ANPC);
  • Excedências dos níveis de ozono (registadas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR) 
2) A DSAO disponibiliza a informação de base fornecida pelo GIA para os GTR para avaliação e determinação dos níveis de alerta distritais; 
Sempre que a situação (alerta vermelho) o justifique a Autoridade Nacional de Saúde (ASN) activa o Grupo de Crise. 

Regional: 
3) Os GTR informam o GOS e a DSAO dos níveis de alerta definidos para os seus distritos; 

4) Em caso de alerta de nível Vermelho, o GTR deve informar o Grupo de Crise da DGS e dar conhecimento ao Conselho Directivo (CD) da ARSLVT, Autoridades de Saúde Locais, aos Directores dos Centros Distritais de Segurança Social e Governadores Civis (Serviços Distritais de Protecção Civil). A DGS envia comunicado aos meios de comunicação social; 

5) O GTR informa as Autoridades de Saúde Locais/ Coordenadores das Unidades de Saúde Pública, os Directores dos Centros Distritais de Segurança Social e os  Governadores Civis dos distritos de Lisboa, Santarém, Setúbal e Leiria, sobre o nível de alerta definidos. 

Local: 
6) A Autoridade de Saúde Local (AS) deve informar a Unidade de Saúde Pública, o Director Executivo e o Presidente do Conselho Clínico do ACES (Unidade de Saúde Locais), Direcção Hospitalar, assim como os responsáveis locais dos Serviços de Segurança Social, os Coordenadores das Comissões Municipais de Protecção Civil dos concelhos abrangidos, sobre o nível de alerta emitido e o resultado da avaliação do risco para a saúde da população vulnerável; 

7) As entidades envolvidas devem informar a AS sobre a existência ou previsão de ocorrências especiais e sobre as acções/respostas implementadas considerando o nível de alerta adoptado; 

8) A AS informa os meios de comunicação social locais sobre o nível de alerta e as medidas de protecção adequadas e os recursos disponibilizados. 


FONTES:
> ANPC - Autoridade Nacional de Protecção Civil – www.prociv.pt
> DGS - Direcção-Geral de Saúde – www.dgs.pt
> ARSLVT - Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo - http://www.arslvt.min-saude.pt