Olá Caros leitores,
Nas últimas publicações tenho falado sobre uma problemática que é comum na maioria dos estabelecimentos que confecionam alimentos, a falta de formação por parte dos manipuladores de alimentos. A higienização das mãos é o principal fator a ter em atenção, pois é a partir desta que se previne muitas doenças.
Não só é necessário uma correta lavagem das mãos na confeção de alimentos, como sempre que seja necessário no nosso dia-a-dia. Os profissionais de saúde assumem um papel extremamente importante no que respeita ao controlo de infeção, é necessário que estes estejam consciencializados para os riscos que podem advir de uma incorreta higienização das mãos, pois podem pôr em risco a saúde do paciente. É necessário Prevenir antes de Remediar!
A lavagem de mãos é uma medida fácil e muito eficaz
na prevenção e disseminação de doenças. Deve ser realizada sempre que
necessário, antes ou após o contato direto com sujidade, alimentos, fluidos corporais
e objetos contaminados (COSTA, 2011).
Apesar disso, o ato de lavar as mãos tem sido esquecido
e colocado em segundo plano, para Oliveira et al (2007) isso ocorre devido
principalmente ao crescimento da urbanização presenciado nos últimos anos, causando
uma mudança na rotina e nas práticas alimentares das pessoas propiciada pela
alimentação fora de casa.
As mãos dos trabalhadores, são os principais
transmissores de contaminação para os alimentos. Tal fato advém da mãos estarem
em contato com ao ar, serem utilizadas para manipular os equipamentos e utensílios,
e poderem ser assim facilmente contaminadas.
Os manipuladores de alimentos devem ter as mãos
sem fissuras onde os microrganismos se possam alojar e desenvolver, usando
creme hidratante, As unhas devem ser usadas curtas, limpas e sem verniz, sendo
proibida a utilização de unhas postiças.
Fig.2 - Áreas das mãos que podem ficar mal lavadas após uma lavagem inadequada |
À semelhança da Restauração, fortes evidências
mostram que a lavagem apropriada reduz a contaminação das mãos e o risco de
disseminação de doenças infeciosas, como a diarreia e a infeção das vias aéreas
superiores. Um estudo clínico
realizado em 2007/2008, demonstrou que o hábito de lavar as mãos nas 5 ocasiões
chave (antes do pequeno-almoço, antes do almoço, antes do jantar, depois de
usar as instalações sanitárias e ao chegar em casa) durante o dia diminuiu em
25% as ocorrências de diarreia e em 40% as abstenções na escola.
O comportamento de lavar as mãos é fundamental numa manipulação segura dos alimentos, independentemente da sua natureza, pois as mãos são responsáveis pela maior disseminação dos microrganismos de uns locais para os outros (OMS, 2006). Se a formação em segurança alimentar fossem eficaz em convencer os manipuladores dealimentos a lavar as mãos corretamente após utilizarem as casas de banho, a incidência de doenças de origem alimentar reduziria substancialmente (Medeiros et al., 2001b).
Tão importante
quanto a lavagem das mãos nas situações necessárias, é higienizá-las da maneira
correta. A higienização adequada das mãos, principalmente pelos profissionais
da saúde, mostra-se essencial na prevenção de doenças infeciosas em ambientes
hospitalares, já que os vírus, bactérias e fungos, particularmente leveduras,
podem ser transmitidos pelas mãos destes profissionais.
A qualidade de higienização das mãos de profissionais de saúde de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) foi avaliada por Locks e colaboradores (2011). Como resultado, observou-se que durante os procedimentos cirúrgicos apenas 30,7% dos profissionais realizaram a lavagem correta de mãos, e 31,7% durante procedimentos clínicos. O desempenho dos que possuíam nível superior, cirurgiões-dentistas e enfermeiros, foi melhor do que o das equipas auxiliares apenas no preparo das mãos antes das cirurgias. Apesar disso, somente 13,8% dos profissionais de nível superior realizavam a higienização corretamente.
O comportamento de lavar as mãos é fundamental numa manipulação segura dos alimentos, independentemente da sua natureza, pois as mãos são responsáveis pela maior disseminação dos microrganismos de uns locais para os outros (OMS, 2006). Se a formação em segurança alimentar fossem eficaz em convencer os manipuladores dealimentos a lavar as mãos corretamente após utilizarem as casas de banho, a incidência de doenças de origem alimentar reduziria substancialmente (Medeiros et al., 2001b).
A qualidade de higienização das mãos de profissionais de saúde de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) foi avaliada por Locks e colaboradores (2011). Como resultado, observou-se que durante os procedimentos cirúrgicos apenas 30,7% dos profissionais realizaram a lavagem correta de mãos, e 31,7% durante procedimentos clínicos. O desempenho dos que possuíam nível superior, cirurgiões-dentistas e enfermeiros, foi melhor do que o das equipas auxiliares apenas no preparo das mãos antes das cirurgias. Apesar disso, somente 13,8% dos profissionais de nível superior realizavam a higienização corretamente.
A higiene das mãos é
considerada uma das práticas mais simples e mais efetivas na redução da infeção
associada aos cuidados de saúde, contribuindo desse modo para redução da morbilidade
e mortalidade dos doentes.
Em termos
epidemiológicos, é consensual que a transmissão de microrganismos através das
mãos entre profissionais e os doentes é uma realidade incontornável, dando
origem a infeções, consideradas consequências indesejáveis da prestação de
cuidados.
A adesão à prática
da higiene das mãos continua a ser subvalorizada, raramente excedendo os 50%.
Em Portugal, a taxa global de adesão à higiene das mãos, observada na fase de avaliação
diagnóstica da Campanha Nacional de Higiene das Mãos (em 2009), foi de 46,2%.
As unidades de saúde devem promover uma cultura institucional de segurança dando
prioridade à prática de higiene das mãos, reforçando essa cultura nos seus programas
de formação e nos planos operacionais de prevenção e controlo de infeção.
O Primeiro Desafio
Global para a Segurança do Doente foi lançado pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) em Outubro de 2005 de modo a reduzir a Infeção Associada aos Cuidados de
Saúde (IACS) no mundo. Este desafio tem contribuído para mobilizar os países,
as organizações e os indivíduos a implementarem ações concertadas para tornar
os cuidados de saúde limpos e seguros – “Clean Care is Safer Care”.
Um dos principais
objetivos do “Clean Care is Safer Care” é promover ações facilitadoras de forma
a melhorar a adesão à higiene das mãos nos cuidados de saúde. Foi desenvolvida uma
estratégia multimodal para motivar os profissionais a aderir à higiene das
mãos. É uma conceção nova que incorpora a comunicação social, fatores humanos e
evidência científica.
As recomendações
fundamentais têm sido traduzidas e usadas para transmitir mensagens de
indicações e oportunidades para a higiene das mãos (“Cinco momentos”),
permitindo que as unidades de saúde organizem facilmente as suas próprias
estratégias. Esta visão unificada também facilita a formação, minimiza as variações
de perceção individuais e conduz a um aumento global de adesão às práticas
corretas da higiene das mãos.
O Técnico de Saúde Ambiental, enquanto profissional de saúde, atua na prevenção, por isso deve consciencializar a população para a importância da higienização das mãos, por exemplo através de ações de sensibilização.
Concluindo, publico um vídeo que relata o modo como se deve higienizar as mãos corretamente. Pondo este processo em prática é uma mais valia para minimizar as doenças e melhorar a saúde. Prevenir é sempre o melhor remédio!
FONTES:
- Direção-Geral de Saúde: http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/i013069.pdf
- OLIVEIRA, L. H. de; CAMPOS, B. M. Porter e a competitividade dos restaurantes self services: um
estudo exploratório.